São 5 milhões de habitantes que vivem nesse pequeno país da Escandinávia, região do mundo onde o inverno é rigoroso e o sol pouco dá as caras.
Apesar do frio, a população dinamarquesa já foi considerada em diversas pesquisas por anos consecutivos como “o povo mais feliz do mundo”, mas qual seria o segredo dessa felicidade?

CONFIANÇA
O povo dinamarquês confia, simplesmente confia nas pessoas! Confiam em si mesmos também e principalmente no Governo.
O professor de Economia Christian Bjornskov, que tem Phd no tema “Felicidade e Economia” pela Aarhus Business School, perguntou para as pessoas na Dinamarca se elas achavam que desconhecidos eram dignos de confiança. Cerca de 70% delas disse que sim. No Brasil, esse mesmo índice é de apenas 7%!!!
Tamanha confiança faz com que as relações sociais na Dinamarca sejam melhores e que as pessoas não tenham pequenas preocupações no dia a dia.

Os dinamarqueses confiam na polícia e nos políticos do país, sentem que os impostos pagos (que são bem altos!) tem retorno e se sentem amparados pelo Governo quando precisam. Um bom exemplo disso é o seguro desemprego, que é de até 2 anos.
Agora o exemplo que mais gosto quando se trata de confiança é o hábito que os pais tem de deixar os carrinhos de bebê (com a criança dentro…) na calçada de cafés e restaurantes enquanto eles comem do lado de dentro. Eles fazem isso quando o tempo está agradável, assim a criança aproveita o sol e o ar fresco!!! rs
HYGGE
A vida na Dinamarca é cercada pela simplicidade, mas o dinamarquês não abre mão de conforto e beleza!
E por falar em conforto, essa palavrinha “hygge” pronunciada por eles como “hu-ga”, é um exemplo perfeito do que é importante para o dinamarquês. O termo está relacionado ao bem-estar e contentamento, que pode ser desde tomar um chocolate quente em casa num dia frio diante da tv até sair com os amigos para jantar e jogar conversa fora. Hygge é basicamente toda situação que traz conforto pra alma!

A tradução literal da palavra de origem norueguesa para o português seria “aconchego” e, claro, varia de pessoa pra pessoa. Para um bom dinamarquês, hygge é um estilo de vida, é tudo que traz sensação de bem-estar, prazer sensorial e visual, como decorar a casa com flores e acender velas…(aliás, são um dos povos que mais acendem velas no mundo!) rs
Por falar em casa, as casas dinamarquesas são simples, com decoração bem minimalista, porém cheias de personalidade. Eles priorizam ter menos itens, porém objetos com significado e feitos por design locais, outro aspecto muito valorizado na sociedade deles.
Em 2011, cientistas da Universidade College London estudaram esse fenômeno e confirmaram que olhar para algo bonito realmente pode nos deixar mais felizes, pois estimula a produção de dopamina em nossos cérebros!
Essa preocupação com uma decoração confortável se dá principalmente pelo fato deles passarem muito tempo dentro de casa, por causa do inverno rigoroso. Por isso, eles não economizam em móveis de madeira, muitas luminárias e almofadas. Aliás, a decoração escandinava está super em alta e dá pra aproveitar e adaptar várias ideias pra nossa realidade aqui (no Pinterest tem imagens bacanas desse estilo de decoração)!
CERVEJA
Você sabia que a Dinamarca está entre os países europeus onde mais se consome álcool?
Exemplo disso é o Copenhagen Beer Celebration, um dos festivais de cerveja mais cultuados do mundo, que acontece todos os anos no mês de Maio.
Aliás, a Dinamarca tem uma história de mais de 5 mil anos com a cerveja, pois a bebida ficou conhecida na Escandinávia a partir da “Era Viking”, que aconteceu entre os anos 709 e 1066. Dito isso, uma vez em Copenhagen, não deixe de visitar a fábrica da cervejaria Carlsberg, é uma verdadeira instituição nacional.

IGUALDADE DE GÊNERO
A luta pelos direitos iguais entre homens e mulheres existe no país desde a época Viking, quando no ano de 983 foi criada uma lei que garantia o direito a metade da herança para herdeiras, numa época em que somente homens tinham esse direito. O país também foi um dos pioneiros em legalizar o direito ao voto para as mulheres!
Outro passo relevante do feminismo no país foi dado em 1851 por Mathilde Fibiger, uma autora dinamarquesa que aos 20 anos escreveu um romance sobre uma mulher independente que trabalhava e queria ser livre. O livro foi muito polêmico na época, porém 20 anos depois foi fundada a primeira associação no país em defesa das mulheres na Dinamarca, que existe até hoje.
Na década de 70 o movimento feminista ganhou ainda mais força no país após se inspirarem num movimento americano que lutava pela independência e autonomia das mulheres. Algumas das conquistas desse movimento foi a aprovação da lei do livre aborto (1971), a equiparação salarial entre homens e mulheres ocupando o mesmo tipo de cargo (1976) e a criação do Ministério da Equidade de Gênero, que promove a equidade de direitos, deveres e oportunidade entre homens e mulheres no país.
Um bom exemplo disso é a licença maternidade/paternidade no país: após a licença maternidade de 14 semanas que as mães dinamarquesas tem direito após o nascimento da criança, os pais tem direito ainda a outra licença maternidade/paternidade de até 1 ano, que pode ser compartilhada entre ambos, por isso é muito comum ver homens cuidando de seus bebês, passeando com eles pela rua e parques, enquanto as mães já voltaram a trabalhar.
EQUILÍBRIO ENTRE VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL
Por falar em filhos, se tem uma coisa que o dinamarquês prioriza é a família! Por lá, família deve vir em primeiro lugar mesmo e não é bem visto pensar de outra forma.
A carga horária de trabalho no país é de 37 horas e no verão, quando o tempo melhora um pouco, ninguém fica no escritório até o fim do expediente, todo mundo sai um pouco mais cedo pra aproveitar a cidade.

Modéstia também é um aspecto importante da cultura desse país, e isso vale também para o ambiente de trabalho, onde é considerado feio tentar se destacar dos outros, pois “pega mal” dar a impressão de querer se mostrar superior em relação aos demais.
BIKE COMO MEIO DE TRANSPORTE
A cidade de Copenhagen, capital da Dinamarca, já tem mais bicicletas circulando nas ruas do que carros! O investimento alto feito em infraestrutura nas últimas décadas e o fato da cidade ser plana contribuem para isso, tanto que o número de ciclistas por lá cresceu 68% nos últimos vinte anos.
Os dinamarqueses acreditam, especialmente os que moram na capital, que andar de bike contribuiu para a felicidade deles, pois além de ser um meio de transporte prático e ecológico, faz bem a saúde.
É muito curioso observar o trânsito das bicicletas em Copenhagen, ver os modelos super diferentes, os pais levando várias crianças ao mesmo tempo nuns “carrinhos” acoplados às bikes, os idosos pedalando…é um estilo de vida mesmo!
SISTEMAS DE EDUCAÇÃO E SAÚDE
Os impostos pagos na Dinamarca estão entre os mais altos do mundo, porém, ninguém lá se importa de pagar, uma vez que em retorno eles tem acesso à educação e sistema de saúde de qualidade.
Cerca de 99% da população é alfabetizada e as crianças tem lugar garantido em creches a partir dos 6 meses de idade. As universidades também são gratuitas e o Governo ainda oferece uma ajuda de custo aos estudantes no valor de 720 euros para que eles possam pagar moradia, se necessário, e se dedicar melhor aos estudos.
Quanto à saúde, a expectativa de vida no país está entre as mais elevadas do mundo! Um dinamarquês vive em média até os 79 anos.
LIBERDADE
Na Dinamarca, as pessoas são livres para serem o que elas quiserem! Se manter autêntico, independente de modas e opinião dos outros, é considerado um dos fatores mais importantes para a satisfação pessoal do povo dinamarquês.

Essa tal liberdade, é tanto de expressão quanto sexual. Pornografia e prostituição são legalizadas no país e não há tabus religiosos ou preconceitos em relação à sexo e nudez, tanto que não há divisórias nas duchas de academias e ginásios.
As pessoas também costumam falar o que pensam e são bem diretos…
E aí, ficou com vontade de fazer as malas e se mudar para a Dinamarca?
Abraços,
Melissa.
Ficou vontade de visitar!!
Vale a pena Dulce 😉