Não são as praias que fizeram de Santorini a ilha mais famosa da Grécia, mas sim seus charmosos vilarejos incrustados em colinas repletos de casinhas brancas e igrejas com teto azul.

É essa imagem que vem à cabeça de todo mundo que ainda não conhece a Grécia, não é mesmo?

Foi por isso que fiz questão de conhecer Santorini na minha primeira vez na Grécia, mesmo sabendo que a quantidade de turistas poderia tirar um pouco da autenticidade e consequentemente o encanto do lugar – o que de fato aconteceu!
Ainda assim eu recomendo passar um ou dois dias em Santorini, tem o que fazer por lá e também visuais muito bonitos!


Um pouco de história…
Localizada a 300km de Atenas, Santorini faz parte das ilhas Cíclades, todas de origem vulcânica.

Por volta de 1627 a.C. ocorreu uma violenta erupção por lá, que acabou gerando tsunamis e destruindo antigas civilizações.
Uma cratera enorme se formou em Santorini e essa foi invadida por água, o que fez com a que a ilha ficasse com o formato atual, que é de uma letra C. Também é por causa das erupções que as praias da ilha são repletas de pedras escuras.


A última erupção do vulcão, que continua ativo, foi em 1959. Para alertar as pessoas em caso de qualquer atividade vulcânica mais forte, hoje há dispositivos modernos implantados na área do vulcão.
O QUE VER?
PRAIAS
Se o que você busca é lindas praias, preciso dizer que não é em Santorini que você vai encontrar. Isso porque elas são formadas geralmente por pedras escuras, e nem sempre causam uma boa primeira impressão.
Mesmo as praias da ilha não sendo tão convidativas, várias delas tem estrutura de aluguel de cadeiras e guarda-sol, por isso destaco aqui as principais: Kamari, Perissa e Perívalos, Vlichada, Red Beach, Black e White Beach, essas últimas duas acessadas somente por barco que sai da Red Beach.

PASSEIOS DE BARCO
Diariamente saem diversos barcos do Porto de Fira, sendo que há opções de passeios no fim da tarde para jantar no barco e apreciar o pôr-do-sol com mais tranquilidade, ou durante o dia pra subir o vulcão – que ainda é ativo – e nadar nas hot springs, baía próxima ao vulcão onde a temperatura das águas chega a 38 graus.
A empresa Caldera’s boats utiliza barcos de madeira típicos da região, bem charmosos e os preços dos passeios variam de 20 a 70 euros por pessoa.

DEGUSTAÇÃO DE VINHOS
Pra quem gosta de vinhos e tem tempo sobrando em Santorini, pode ser interessante conhecer algumas das vinícolas da ilha, que ficam na região de Pyrgos.
Os donos do hotel onde nos hospedamos indicaram duas, a Santo Wines e a Venetsanos Winery.
A Santo Wines oferece vários tipos de tours, que incluem degustação de vinhos e e também de produtos locais. Os preços variam de 15€ a 55€.
RUÍNAS DE AKROTIRI
A cidade de Akrotiri foi soterrada com as cinzas do vulcão quando houve a mega erupção por volta do ano de 1627 a.C., o que permitiu que suas ruínas fossem preservadas até os dias de hoje.
Eles criaram várias rampas cobertas, por onde os visitantes podem passear entre as ruínas. Uma pena é que muitos dos grandes achados de Akrotiri não estão expostos lá, mas sim no Museu Arqueológico de Atenas e no Museu de Thera Pré-histórica de Fira.
RUELAS DE FIRA
A capital da ilha é agitada, repleta de lojas, bares, cafés e muitos restaurantes.


Se não se importar de pagar mais caro, poderá almoçar com vista para a Caldera, como os gregos chamam a vista para o vulcão, de onde se vê também o formato em C da ilha.

Tem alguns mirantes no vilarejo, de onde se tem vistas lindas das casas brancas típicas das ilhas Cíclades em contraste com o azul incrível do mar.


VER O PÔR-DO-SOL EM OIA
Se Santorini é hoje a ilha mais famosa da Grécia, a “culpa” é de Oia, a parte mais bonita da ilha.
Nosso imaginário do que é a Grécia é muito formado pela imagem de Oia, onde várias construções brancas charmosas e igrejas de teto azul servem de cenário perfeito para o pôr-do-sol mais famoso da ilha, e quem sabe, do mundo.

Confesso que pela quantidade de gente que tinha em Oia na parte da tarde, fiquei com medo de como seria na hora do pôr-do-sol. Já tinha ouvido relatos de que há sempre confusão por conta da quantidade de gente X espaço!
Portanto, se você não estiver hospedado num dos incríveis hotéis de Oia, a dica pra ver o pôr-do-sol é a seguinte, chegue pelo menos 2h antes do sol se por, encontre um lugar e não saia mais dele. Com o passar das horas, só aumenta o número de pessoas que tentam se aproximar das ruínas do Castelo Bizantino, de onde se tem a melhor vista.

Mesmo chegando 2h antes no local, no terraço das ruínas já não havia um bom lugar. Então nos sentamos num local que fica à direita da escada de onde se vai para o terraço das ruínas. Sentamos bem ao lado das pedras, no extremo canto esquerdo, onde só havia um casal de senhores argentinos.
As 20h, faltando 30 minutos para o sol se por, a quantidade de gente já era absurda e tinham pessoas em todos os lugares possíveis e imagináveis.

Durante as duas horas de espera, teve momentos em que nos perguntamos se realmente valia a pena todo aquele perrengue de ficar guardando lugar debaixo de um sol ardido, mas a verdade é que quando o sol vai se pondo e ficando num tom alaranjado, a gente realmente fica boquiaberto, é maravilhoso!



Quando ele finalmente se põe, todo mundo aplaude, é bem bacana! Bacana não é sair de lá depois, é um mundo de gente andando pela rua principal de Oia, que é uma das únicas e super estreita.
Mas no final das contas posso dizer que é imperdível, realmente é o que mais vale a pena em Santorini.

QUANDO IR?
O ideal é visitar a ilha de meados de maio até meados de setembro, quando as temperaturas são mais altas, lembrando que se você não gosta de muita “muvuca de gente”, é bom evitar os meses de julho e agosto (principalmente agosto), pois é o período de férias escolares na Europa e a ilha fica abarrotada.
Além disso, nos meses de julho e agosto os preços são mais altos, desde passagens e hospedagens até locação de veículos.
COMO CHEGAR?
Existem duas opções: avião ou ferry (balsa).
As principais companhias aéreas que operam nas ilhas gregas são a Aegean Airlines e a Olympic Air , mas no verão há várias outras empresas que fazem vôos diretos para Santorini, como Transavia, Lufthansa etc.

Quanto as ferries, também há diariamente diversas que conectam a ilha à Atenas e as demais ilhas do país. Pra terem uma ideia, o trecho entre Atenas e Santorini leva cerca de 5h – o tempo varia um pouco de acordo com a rota.
As empresas de ferry que operam em Santorini são: Hellenic Seaways , Sea Jets e Blue Star Ferries.
QUANTO TEMPO EM SANTORINI?
Duas noites são suficientes pra conhecer o básico da ilha, mais do que isso, acho que só vale a pena pra quem se hospedar num super hotel e quiser descansar na piscina de frente para o mar.
ONDE SE HOSPEDAR?
FIRA
É o centro da ilha, por onde chegam as ferries e de onde saem ônibus para todos os cantos da ilha. Repleta de casinhas brancas típicas das ilhas Cíclades, Fira é charmosa, porém lotada!
É repleta de bares, cafés, lojas e restaurantes, muitos deles com vista para o vulcão e consequentemente mais caros.

Vale a pena pra quem gosta de lugares agitados, bem localizados e não quer alugar carro pra passear pela ilha.

OIA (se pronuncia Ia)
É o lugar mais famoso da ilha, por conta da beleza de sua arquitetura e ter a vista mais incrível para o pôr do sol.
Há muitos hotéis na região, assim como toda uma estrutura de restaurantes, bares, cafés e lojas, porém lá a hospedagem é bem mais cara e por estar no extremo norte da ilha, você fica afastado de todo o resto.

Vale a pena pra quem já conhece Santorini e quer descansar e para quem vai numa viagem de lua-de-mel.

IMEROVIGLI
Fica entre a agitada Fira e a concorrida Oia, é pequena, mais tranquila, e a hospedagem é um pouco mais em conta do que Fira. Tem alguns poucos restaurantes.
KAMARI
A costa leste da ilha é repleta de praias e por isso tem uma boa estrutura de hotéis e restaurantes. É ideal pra quem quer fugir do agito e pagar um pouco mais barato!
Nós nos hospedamos próximo à praia de Karterados, na costa leste, mais ao norte de Kamari. Foi ótimo porque procurávamos um hotel mais barato, já que fechamos a viagem com pouquíssima antecedência e de quadriciclo pudemos conhecer outras partes da ilha com tranquilidade.
COMO SE LOCOMOVER?
É possível andar de ônibus por Santorini, mas além de ficar preso aos horários dos ônibus, eles são super lotados na alta temporada – tipo 18h na Praça da Sé em SP. A tarifa custa em média 2 euros (varia de acordo com o destino).
Clique aqui pra checar as tabelas de horários de ônibus em Santorini.
Dependendo do tempo que ficar na ilha, o ideal mesmo é alugar carro, moto ou quadriciclo, assim você tem mais autonomia.

Nós alugamos quadriciclo e não foi tão agradável quanto em Milos, pois já era julho e a ilha estava cheia e com muito trânsito.
Se for na alta temporada, talvez o carro seja a melhor escolha. Além disso, se for conhecer Santorini durante os meses de julho e agosto, é importante reservar o veículo com antecedência pra não correr o risco de “pegar qualquer coisa que esteja disponível”.
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Boa viagem,
Melissa.
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