Formada por pequenas ilhas e recortada por canais, Veneza é uma cidade única no mundo!

A cidade que foi no passado a principal potência comercial da Europa, por conta de sua posição geográfica privilegiada, perdeu importância depois da descoberta da América e consequentemente de outras rotas marítimas.

Nos últimos anos sua principal fonte de renda é o turismo, o que levanta uma grande preocupação: até quando Veneza vai suportar receber tanta gente?

O fato é que suas lindas construções, paisagens únicas, o charme das gôndolas, das pontes cruzando os pequenos canais e ruelas pitorescas fazem dessa cidade um lugar realmente excepcional na Terra, é uma das cidades mais lindas que já vi (romântica também!).
Compartilho aqui com vocês algumas sugestões do que fazer quando visitar a cidade:
1 – ACORDAR BEM CEDO E TER VENEZA SÓ PRA VOCÊ
Nos deram essa dica na véspera da nossa viagem e foi a melhor dica que alguém poderia ter dado!
Quanto mais cedo você conseguir acordar e sair andando pela cidade, mais incrível será a experiência!

Nós não conseguimos acordar super cedo, saímos os dois dias – final de semana – por volta das 7h30, mas já foi suficiente pra ver os venezianos sentados nos cafés e cumprimentando os vizinhos com um simpático Buongiorno, passeando com seus cachorros, os canais ainda tranquilos e acredite se quiser, esse horário até a Piazza San Marco é praticamente vazia!
Foi uma das coisas mais bacanas da viagem!

2 – EXPLORAR UMA VENEZA MENOS TURÍSTICA
A cidade de Veneza é uma das mais turísticas do mundo e é simplesmente impossível fugir do circuito turístico, afinal de contas, todo mundo quer conhecer a Piazza San Marco, a Ponte de Rialto etc.
Porém, se você ficar somente na parte turística pode acabar perdendo a essência da cidade.

Que tal então explorar uma parte da ilha mais residencial? Essa é a proposta da empresa Venice Free Walking Tour, que defende o turismo sustentável na cidade e oferece diariamente tours em inglês com um guia local para conhecer a região norte de Veneza.
O tour dura cerca de 2h30 (fazer reserva online), período em que o guia discorre sobre a história de Veneza ao longo dos séculos, conta curiosidades sobre a arquitetura e dá dicas valiosas para aproveitar melhor a viagem.
No final do tour o guia presenteia os participantes com um mapa incrível feito por eles, no qual constam dicas de restaurantes e lojas 100% venezianos, ou seja, autênticos!
3 – TER UMA VISÃO 360º INCRÍVEL DA CIDADE
Da pontinha do bairro de Dorsoduro, perto da Basílica Santa Maria della Salute, se tem um dos visuais mais bonitos de Veneza.
Chegamos lá no final do dia, quando estava anoitecendo e a lua cheia estava simplesmente magnífica!

A sugestão é sentar lá por um tempo pra contemplar as ilhas ao redor e principalmente a agitação do Grande Canal e o lindo Palácio dos Doges.
Vale dizer que nos hospedamos no bairro de Dorsoduro e adoramos! O bairro é mais residencial e ao mesmo tempo próximo de diversas atrações turísticas.
4 – VER O ENTARDECER DA PONTE DE RIALTO
A Ponte de Rialto é a mais antiga e uma das mais famosas de Veneza.

Hoje existem 4 pontes sobre o Grande Canal, porém em 1181 só existia uma, chamada na época de Ponte della Moneta. Com o desenvolvimento do mercado de Rialto, foi substituída por outra de madeira, que mais tarde acabou sendo destruída.
A versão atual foi projetada por Antonio da Ponte e concluída em 1591, mas prepare-se, por ser uma das mais famosas de Veneza, está sempre abarrotada de turistas!

Deixe para visitá-la no entardecer, quando a luz sobre o Grande Canal é de tirar o fôlego!

5 – CRUZAR O GRANDE CANAL DE VAPORETTO
Como não entram carros em Veneza, todo o transporte na cidade é marítimo, os táxis, as ambulâncias, os ônibus…
O vaporetto (empresa ACTV) faz a vez do ônibus público e tem diversas paradas ao longo das ilhas. Muitas dessas paradas estão localizadas no Grande Canal, que é a principal via de circulação da cidade.

O Grande Canal possui 4 pontes: Ponte de Rialto, a Ponte da Accademia, a Ponte dos Descalços e a Ponte Constituição.
São 4km de extensão cercado por construções lindíssimas, portanto, um programa imperdível na cidade! Vale a pena em qualquer horário, o cenário é sempre lindo!
6 – SE PERDER NAS RUELAS
Em algum momento da viagem, simplesmente abandone o GPS ou mapa e se entregue…

Sim, você vai se perder, não tem como, mas é um dos momentos mais incríveis da viagem!

Então, fuja das ruas lotadas de turistas e pegue uma ruela vazia, procure caminhe alternativos, você vai se divertir!
7 – VISITAR A PRAÇA DE SÃO MARCOS LOGO PELA MANHÃ
A Piazza San Marco ou Praça de São Marcos é um dos grandes ícones de Veneza e uma das praças mais famosas do mundo!

O conjunto arquitetônico que a circunda é belíssimo e ali se encontram importantes atrações turísticas da cidade, como a Basílica de São Marcos, o Campanário, a Torre do Relógio e o Palazzo Ducale (Palácio dos Doges).
Ao redor da praça há arcadas repletas de lojas e cafés, mas saiba que ali tudo custa muito mais caro do que em outras áreas da cidade.

Ao longo do dia essas atrações e consequentemente a praça ficam mais aglomeradas de turistas, artistas de rua e pombos…kkk, outro símbolo do lugar!


É até interessante observar essa movimentação meio caótica da praça, mas a sugestão é chegar cedo por lá pra tirar boas fotos, apreciar o lugar com tranquilidade e pegar menos fila nas atrações que for visitar.
Uma curiosidade: a Praça de São Marcos é o ponto mais baixo de Veneza, portanto, quando chove muito e o nível da água sobe, esse é o primeiro lugar da cidade a inundar.
8 – VISITAR A BASÍLICA DE SÃO MARCOS
A Basílica de São Marcos foi construída em 828 e mescla diferentes estilos arquitetônicos, como o bizantino, românico e renascentista.
Erguida em forma de cruz grega e coberta por cinco cúpulas, é uma das construções mais grandiosas da Europa.

No seu interior o que mais chama a atenção são os mosaicos de ouro que cobrem todo o teto, um trabalho impressionante.
É possível também visitar o Tesouro que guarda tesouros trazidos de Constantinopla pelos venezianos e o Museu de São Marcos, localizado no alto da Basílica, que abriga por exemplo os quatro cavalos originais de São Marcos (na fachada da Basílica encontram-se as réplicas dos cavalos).
Dica: Fizemos a visita ao museu e não achamos que valeu muito a pena, tem apenas algumas peças interessantes e a vista da varanda da Basílica é bonita, mas nada demais!


9 – CONHECER O FAMOSO RELÓGIO DE VENEZA
A Torre do Relógio na Praça de São Marcos expõe em sua fachada um lindo relógio do século XV que indica as horas, os meses, as fases lunares e a posição do sol nos signos do zodíaco.

No passado o relógio indicava informações importantes aos navios que partiam em direção ao Oriente.
No topo da torre encontra-se um sino de 1497, cujo som ecoa a partir de um mecanismo que faz com que as duas esculturas de bronze ao seu redor o batam de hora em hora.
Se repararem bem vão ver que uma das esculturas tem barba e representa uma pessoa mais velha, enquanto a outra representa uma pessoa mais jovem. Eles são na verdade uma representação do passado e do futuro. O mais velho toca o sino dois minutos antes da hora certa e o mais novo dois minutos depois.
10 – VER VENEZA DO ALTO DO CAMPANÁRIO
A torre de tijolos na Praça de São Marcos é o Campanário de Veneza, construção que abriga cinco sinos.

A primeira versão foi construída no século IX, porém a construção que vemos hoje data de 1912, já que a anterior simplesmente desmoronou em 1902.
Do alto dos seus quase 100m de altura é possível observar toda a cidade!
11 – VISITAR O PALÁCIO DOS DOGES
O Palácio dos Doges (Palazzo Ducale) é a antiga residência oficial do Doge (dirigente máximo de Veneza) e da magistratura veneziana, fundada no século IX, porém a aparência atual é resultado das reformas ocorridas entre os séculos XIV e XV.

Essa linda representação do estilo gótico veneziano sofreu dois grandes incêndios ao longo de sua existência (1483 e 1577), por isso boa parte da área interna precisou ser restaurada e diversos artistas italianos foram convocados a redecorar diversas salas do palácio.

A primeira coisa que se vê ao entrar é o enorme pátio central e mais detalhes da arquitetura, que parece uma renda!

No pátio aconteciam as cerimônias de coroação dogal e torneios anuais de caça aos touros, algo parecido como os eventos de touradas espanholas.
Para explorar o interior do palácio é preciso subir pela Escadaria de Ouro, nome recebido pelo teto coberto com folhas de ouro, que leva aos aposentos dos Doges.

Nos andares ficam as diversas salas utilizadas pelos órgãos governamentais (administração, sistema judiciário etc…), todas magnificamente decoradas…
Chega a doer o pescoço de tanto que a gente olha pro teto…rs
O ápice da visita é o Salão do Conselho Maior, um espaço enorme para acolher até 2.000 pessoas nas reuniões da Assembléia do Conselho Maior.
Dentro do palácio funcionou também durante um bom tempo uma prisão, que pode ser visitada.

Há diferentes tipos de celas e o ponto mais interessante é cruzar a ponte que ligava a prisão à sala de julgamento, a famosa Ponte dos Suspiros.

Dica: O ingresso do Palácio dos Doges dá acesso a outros museus, como o Museu Correr, na Praça de São Marco. O museu abriga uma vasta coleção de obras de arte, objetos antigos, documentos e mapas, que refletem a história e a vida cotidiana na cidade ao longo dos séculos. Nós fomos e achamos interessante!
12 – FOTOGRAFAR A FAMOSA PONTE DOS SUSPIROS
Além de cruzar a Ponte dos Suspiros (somente possível se visitar o Palácio dos Doges), outro must do em Veneza é tirar uma fotinho da ponte, que é uma das mais famosas.

De estilo barroco, a Ponte dos Suspiros foi construída de calcário branco sobre o Rio di Palazzo, para conectar a prisão que funcionava no Palácio dos Doges com a sala de julgamento.
Todos que eram condenados não saíam do palácio com vida, daí o nome Ponte dos Suspiros, pois dizem que os prisioneiros olhavam pela janela enquanto atravessavam a ponte e suspiravam ao olhar pela última vez para o mundo lá fora.

13 – EXPLORAR AS DEMAIS ILHAS DA REGIÃO
Dependendo do tempo que você tiver disponível para explorar Veneza, vale muito a pena comprar o ingresso de 1 dia do vaporetto (ônibus aquático – custa 20 euros 1 dia) para visitar as demais ilhas da região.

As principais ilhas são: Murano, Burano e Torcello. Para conhecer as 3, reserve pelo menos uma tarde (cerca de 4h).
Murano é a ilha mais próxima de Veneza e ficou famosa por sua requintada fabricação de vidros, já que em 1291 todos os fabricantes de vidro de Veneza foram obrigados a mudar-se para Murano por conta do risco de incêndios.
A ilha de Burano é a que fica mais longe de Veneza e que ganhou nosso coração pela sua simplicidade e casinhas coloridas.
Essa ilha de pescadores, famosa também pela produção de renda, tem um ar de cidade bem interiorana. É uma delícia passear pelas ruelas de lá…
Quanto a Torcello, é uma ilha bem tranquila e praticamente sem residentes e sua maior fonte de renda no passado era o sal extraído da lagoa no seu entorno. O negócio foi rentável até o século XII, mas depois se tornou um pântano e os habitantes se mudaram as outras ilhas da região.
Outra ilha que vale a pena dar uma conferida bem rápida é a São Miguel, que é o cemitério de Veneza.

A ilha tornou-se cemitério em 1807, durante a ocupação francesa, quando proibiu-se o enterro nas ilhas principais. O transporte dos corpos é feito em gôndolas funerárias.
Nós ficamos uns 10 minutos no cemitério, tempo suficiente pra pegar o vaporetto seguinte para Murano, é muito bonito (proibido tirar fotos lá dentro).
Clique aqui para conferir os preços e modalidades do vaporetto.
15 – PULAR DE BACARI EM BACARI
Ao andar pelas ruelas de Veneza você irá se deparar com os bacaris, botequins venezianos.
São geralmente bares pequenininhos, despojados e tem sempre várias pessoas comendo e bebendo em pé na frente.

Os venezianos costumam pular de bacari em bacari, pois dizem que o interessante é ir provando os diferentes cicchettis, algo parecido com as tapas espanholas.
São vários quitutes, a maioria fritos, que você pode pedir no bar e comer numa mesinha ou em pé mesmo. O valor unitário é cerca de 1 euro.

Pra acompanhar, peça alguma dessas bebidas típicas: spritz (prosecco, água com gáz e Aperol, Cynar ou Campari), ombra (vinho da casa) ou prosecco. As bebidas são super baratas, você não vai pagar mais do que 3 euros por uma delas num bacari.
A sugestão para pular de boteco em boteco é o Campo Santa Margherita em Dorsoduro, bairro universitário e bem animado durante as noites dos finais de semana.
16 – PROVAR PRATOS TÍPICOS E SOBREMESAS
A culinária de Veneza é rica de ingredientes e técnicas, concentrada principalmente nos frutos do mar.
Algumas sugestões de pratos bem típicos: baccalà mantecato (anti-pasto de bacalhau); creme de polenta servida com schie, que é um camarão pequeno da região e risotto preto.
Uma vez na Itália, impossível também não fugir das massas e pizzas deliciosas.

Quanto aos doces, provamos um tiramisù genial na Pasticceria Bar Rizzardini (endereço:Località S. Polo, 1415, 30125), que tem fama de servir um dos melhores da cidade.

O lugar é tipicamente veneziano, os donos não falam inglês e nem são muito simpáticos, mas vale super a pena.
Outra delícia é o doce amanteigado Esse, em formato de S, bom para acompanhar um café a tarde.

17 – VISITAR A ÓPERA DE VENEZA
O Teatro La Fenice foi fundado em 1792 e serviu de palco para grandes óperas.

Destruído por um incêndio em 1836, o teatro precisou ser reconstruído e após um ano foi reaberto com o nome de La Fenice, que significa Fênix – “renascida das cinzas”.
Mais tarde, em 1996, enquanto o teatro estava fechado para manutenção, um novo incêndio o destruiu mais uma vez. O teatro ficou anos fechado para ser reconstruído e restaurado exatamente como no passado e só voltou a funcionar em 2003.

A capacidade máxima do teatro aumentou para 1.000 pessoas e além das tradicionais óperas tem diversas peças mais contemporâneas em sua programação.

A decoração é toda em tons pastéis de rosa e azul, que constrastam lindamente com o dourado do teatro.
É possível fazer uma visita guiada de 1h de duração ou comprar o ingresso que dá direito ao audioguia e fazer a visita ao teatro por conta própria.

Confira aqui a programação do teatro 2016/2017.

18 – PASSEAR DE GÔNDOLA
Passear ou não de gôndola? Eis a questão….e a cruel decisão!
Particularmente, acho um absurdo de caro pagar 80 euros pra dar uma volta de gôndola durante 30 minutos pelos canais, tanto que da primeira vez que fomos pra lá resolvemos não fazer o passeio!
Nos pareceu aquele típico programa “pega-turista”, sabe?
Da segunda vez que fomos, dessa vez minha sogra foi com a gente, acabamos fazendo o passeio e foi bem bacana! Continuo achando que não é dos programas mais imperdíveis na cidade, mas é um passeio muito bonito!
O preço é tabelado, por isso nem adianta ficar tentando super negociar com os gondoleiros. O que vale a pena é consultar o itinerário do gondoleiro antes de embarcar.

A gente pegou uma gôndola em frente ao Palácio do Doge e logo ele entrou no canal que passa por debaixo da Ponte dos Suspiros, que é um cartão postal famoso da cidade.


QUANDO IR?
As temperaturas costumam ser mais agradáveis na primavera (março a junho) e no outono (setembro a novembro), além disso a cidade está um pouco mais vazia se comparada ao verão (evite o mês de agosto, é quando a cidade fica mais abarrotada de turistas).
Porém fique atento, a cidade alaga desde o século 13 e tem mais chances de acontecer entre os meses de novembro e abril, devido as fortes chuvas, oscilação das marés etc.
Se visitar a cidade nesse período, vale a pena levar botas e roupas impermeáveis, caso tenha! Senão, você encontrará facilmente a venda capas de chuva e “botas” impermeáveis para proteger os sapatos!
Nós chegamos em Veneza com chuva e a maré estava um pouco alta (mês de outubro), então compramos a tal bota numa barraquinha por 8 euros cada (dê sempre uma negociada!). É muito feia, mas ajudou bastante! Todo mundo usa…rs

Para saber como chegar e se locomover em Veneza, clique aqui!
E você, o que incluiria nessa lista de coisas pra fazer em Veneza?
Comente e colabore com outros viajantes…
Ciao! 😉
Melissa
Amei perambular por Veneza ao entardecer, as barraquinhas em Rialto são charmosas, preços bons e você encontra de tudo desde frutas, doces, lenços, pacheminas, óculos falsos e bolsas falsas mas tudo lindo… Fiquei horas sozinha andando, observando as lojinhas com Máscaras venezianas… Até cansar!
Veneza é mesmo incrível né Liana?! É um dos lugares que mais gostei de conhecer e quero muito voltar! Obrigada pelo comentário 😀