A segunda maior cidade da França foi fundada em 43 a.C. e era capital de Gália, região romana.

Ao longo dos séculos foi se transformando…foi denominada capital da seda, foi o berço da indústria cinematográfica e mantém até hoje uma identidade muito forte.
Lyon tem também uma grande fama gastronômica (mais de 13 restaurantes estrelados), por isso, não deixe de conhecer os bouchons, bistrôs de comida típica lionesa. Você vai descobrir a beleza dos rios Rhône e Saône, se divirtir nos museus incríveis da cidade e ainda descobrir o que são os traboules, palavrinha que provavelmente só ouvirá em Lyon!

A cidade tem uma lista enorme de atrações interessantes e para todos os gostos, por isso um roteiro de 2 dias acaba sendo super corrido! Vale dizer que compramos o Lyon City Card para visitar todas as atrações abaixo. Explico melhor sobre ele no final do post – “Dicas úteis”, não deixe de conferir!
DIA 1
Resolvemos começar nosso roteiro em Lyon por um museu mais afastado do centro turístico, que fica numa região moderna da cidade, o Musée des Confluences.

Eu já tinha ouvido falar super bem do museu e queria muito conhece-lo!
A exposição permanente conta com 4 exposições distintas, porém interligadas, onde são relatadas através de objetos, esculturas e filmes a origem do Universo e da vida humana na Terra, o lugar dos seres humanos na cadeia alimentar, a maneira de se organizar em sociedade e também sobre a morte e os ritos funerários das diferentes civilizações.
A maneira como as exposições estão organizadas e interligadas torna mais fácil a compreensão das diferentes disciplinas, tais como: paleontologia, mineralogia, zoologia, arqueologia e muito mais, que a todo momento intrigam crianças e adultos.
Particularmente gostei muito e me senti instigada a refletir profundamente sobre a vida e a morte.
O prédio que abriga o museu tem uma arquitetura moderna super interessante, por isso, ao sair da exposição vale a pena caminhar no entorno do prédio e cruzar o jardim lateral, onde há a placa Only Lyon e uma visão privilegiada do prédio.
Como o museu é muito interessante, vale a pena reservar ao menos 2h pra fazer a visita sem pressa. Funciona de terça a sexta-feira das 11h as 19h (as quintas até 22h) e aos sábados e domingos das 10h as 19h. Endereço: 86, quai Perrache, Lyon 2.
De lá pegamos o ônibus C10 sentido Bellecour (Charité) e descemos no ponto Pont de l’Université. Andamos cerca de 3 minutos até o Musée des Tissus et Arts Décoratifs.
Desde o século 16 a cidade de Lyon foi denominada capital da seda! Por esse motivo, decidimos visitar o Museu de Tecidos, que relata a história da seda em Lyon e da indústria têxtil em geral.

Apesar de não sermos ligados em moda, design de tecidos, nem nada disso, gostamos muito do museu, que estava completamente vazio e tem algumas salas surpreendentes!!!
No prédio ao lado, no mesmo terreno, fica o Museu de Artes Decorativas, que abriga diversos objetos e mobiliários antigos. Não achamos muito interessante, mas como ele está logo ao lado, você pode fazer como nós, dar uma conferida bem rápida!

O Musée des Tissus et Arts Décoratifs funciona de terça a domingo das 10h as 17h30 (o de Artes Decorativas fecha das 12h as 13h). Fica no 34, rue de la Charité, Lyon 2.
Caso se interesse pela produção de seda e tenha mais tempo na cidade, considere fazer também uma visita no Soierie Vivante, um ateliê familiar que apresenta demonstrações do trabalho de tecelagem.
Como havíamos comprado o Lyon City Card no aeroporto e queríamos fazer uma visita guiada no dia seguinte, tivemos que passar no Office de Tourisme, que fica na Place Bellecour, bem perto do Museu de Tecidos e Artes Decorativas.
Como essa é a terceira maior praça da Europa eu tinha grandes expectativas em relação a ela, mas me decepcionei. Achei um espaço enorme e mal aproveitado.

Quanto ao Office de Tourisme, tinha muita gente e demorou pra sermos atendidos (cerca de 30 minutos). Questionei se não havia possibilidade de reservar a visita guiada pelo site ou e-mail e a resposta foi que não, somente pessoalmente (a famosa burocracia francesa!).
Visita guiada reservada para o dia seguinte, retomamos nosso passeio por Lyon. Da Place Bellecour fomos para a Place des Celestins e a Place des Jacobins, todas praças emblemáticas da cidade.
Na Place des Jacobins estava acontecendo uma despedida de solteira e o Diogo entrou literalmente na dança…kkk. Pediram pra ele dançar alguns segundos com a noiva pra tirarem uma foto! kkk

Depois da sequência de praças, caminhamos pela Rue de la République (sentido Place des Terreaux), onde há várias lojas e restaurantes.

Passamos pelo prédio da Ópera de Lyon e o Hotel de Ville (Prefeitura).
Chegamos na Place des Terreaux, outra praça famosa da cidade onde “estaria” uma famosa fonte. “Estaria” porque não estava lá…rs, ela está passando por um processo de restauração.

A Fontaine Bartholdi foi esculpida em 1889 por Frédéric Bartholdi, o mesmo que fez a Estátua da Liberdade em NY. Nela, o artista representou a França como uma mulher sentada numa carruagem que controla 4 cavalos selvagens, que por sua vez representam os 4 grandes rios do país.

Em frente a praça fica o Musée des Beaux Arts (Museu de Belas Artes), que funciona dentro de uma antiga abadia.

Não tivemos tempo para visitar o museu, mas entramos no prédio e descansamos um pouco no jardim, que tem esculturas belíssimas.
O museu funciona diariamente, EXCETO as quintas-feiras. Das 10h as 18h (as sextas-feiras abre as 10h30).
Dando sequência no passeio subimos a colina de Croix-Rousse, erguida no século 19 para abrigar a indústria da seda. O objetivo era descobrir um famoso traboule da cidade. Nunca tinha ouvido essa palavra aqui na França, até começar a pesquisar sobre Lyon para montar o roteiro da viagem.
Traboule vem do latim e significa “passar através de” e nada mais são do que passagens secretas que ligam uma rua à outra. A maioria deles foi construído no século 19 para transportar a seda de maneira mais segura nas épocas de chuvas. Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, essas passagens foram super úteis para os membros da resistência francesa.
No total Lyon tem 315 traboules que conectam 230 ruas da cidade. Achei super divertido explorá-los! Para ajudar nessa caça às passagens secretas, utilize o App “Traboules par Lyon Tourisme et Congrès”, que mostra onde estão eles estão localizados (a maioria fica no centro antigo da cidade e esses descobrimos na visita guiada do segundo dia do roteiro).
Voltando a Croix-Rousse, lá fica um dos traboules mais emblemáticos, a Cour des Voraces e sua escada de linhas paralelas. As entradas são pelo número 29 da rue Imbert Colomès ou 9 da Place Colbert.

Enquanto estiver andando pela cidade, caso não consiga usar o aplicativo dos Traboules, fique de olho em pequenas sinalizações na porta de alguns prédios como a da foto abaixo, isso indica que ali é um traboule e você pode entrar.
Descemos a colina a pé e fomos até as margens do rio Saône, no Quai Saint Vincent. Lá ficam divertidas pinturas nas paredes de alguns prédios.
Saindo de lá, cruzamos o rio pela passarela Saint Vincent para subir a colina da Basílica Notre Dame de Fourvière.

Ao invés de subirmos de funicular, optamos em ir a pé, porém não recomendo!
Apesar de estarmos “habituados” a subir colinas (Montmartre em Paris, Notre Dame de la Garde em Marseille kkk), essa de Lyon é super íngreme e tem uma imensidão de degraus que parece não ter fim. Foi a que achei mais cansativa!
Caso queira se aventurar, a caminhada num ritmo normal do Quai Saint Vincent até lá demora cerca de 30 minutos (a maior parte do tempo subida!)
Se preferir subir mais tranquilo, caminhe até o Metro Vieux Lyon, cerca de 20 minutos e lá pegue o funicular F2 até Fourvière, já vai sair próximo a Basílica.
Uma vez lá em cima, busque um espaço na mureta atrás da Basílica, de lá se tem uma vista privilegiada da cidade.
Quanto a Basílica, ela é o monumento mais importante de Lyon e no topo tem uma estátua dourada da Virgem Maria.

Foi construída entre 1872 e 1896 em forma de agradecimento a vitória contra a invasão prussiana.Fica aberta diariamente das 7h as 19h.
Antes de descer a colina, não deixe de visitar perto da Basílica o Théatre Gallo-Romaine, um parque arqueológico romano onde há muitos vestígios de um antigo teatro.

No passado, o teatro acomodava mais de 11 mil espectadores e era o maior da época gaulesa. Ainda hoje acontecem espetáculos no local, que tem capacidade para 4.500 pessoas.
No local também funciona o Musée Gallo-Romain de Fourvière, aberto das 10h as 18h, exceto as segundas-feiras.

DIA 2
Nesse segundo dia de roteiro nos concentramos mais na Vieux Lyon, o bairro mais antigo da cidade.

As estreitas ruas de pedra atraem muitos turistas, especialmente na Rue Saint-Jean, onde há muitas lojas e bouchons, que são bistrôs com comidas típicas lionesas (tipo comida de boteco, sabe?)

Lá também ficam diversos museus interessantes e escolhemos dois para fazer na parte da manhã.
O primeiro foi o Musée de Miniature et Cinema (Museu da Miniatura e Cinema), que na verdade são dois museus num prédio de 5 andares do século 16, super charmoso!
É realmente um museu único, super diferente, que mostra ao longo das salas alguns projetos de cenografia…
…e objetos de diversos filmes famosos, segredos de efeitos especiais etc…
No último andar são expostas miniaturas de tudo quanto é tipo, e ao aproximar a câmera e tirar uma foto, até parece que o lugar tem um tamanho normal, tamanha perfeição!
Foi uma visita super divertida. Vale ressaltar que várias salas não são aconselhadas para crianças, especialmente as que tem esculturas ou bonecos que aparentam pessoas mortas.
Funciona de segunda a sexta-feira das 10h as 18h30 e aos finais de semana das 10h as 19h.
Como gostamos muito de cinema e se tivéssemos tido mais um dia na cidade, com certeza teríamos ido ao Musée Lumière, que fica um pouco afastado do centro da cidade.
O museu funciona no lugar onde nasceu o cinema, que é a casa onde viveu a família Lumière. Lá, eles contam a história da invenção cinematográfica por Louis Lumière em 1895. Ao longo de seus 4 andares são expostas as primeiras câmeras utilizadas, objetos inusitados, outras invenções e são projetados filmes Lumière comentados.
Saindo do Musée de Miniature et Cinema, fomos ao Musée Gadagne, que conta a história de Lyon e exibe uma coleção de marionetes do mundo inteiro.

O prédio onde funciona o museu pertencia a uma familía muito abastada de Lyon, a família Gadagne e é classificado como monumento histórico.
O acervo com cerca de 80.000 itens conta a história de Lyon e ajuda a entender melhor a cidade. Fala da produção de seda, das diversas indústrias que funcionaram lá, da origem do cinema etc.
Não deixe de visitar o jardim no terraço que nos remonta à épocas passadas. Lá funciona também um simpático restaurante com mesas no terraço.
A parte do acervo que apresenta as marionetes do mundo não era um assunto que me chamou muita atenção, mas para quem gosta é um prato cheio.
No início da tarde fomos ao ponto de encontro da nossa visita guiada, que fica ali mesmo na Vieux Lyon. As visitas com duração de 2h acontecem geralmente na parte da tarde e estão disponíveis em inglês e francês. Ao agendá-la no Office de Tourisme é preciso escolher uma opção, já que há diversos itinerários possíveis.
Optamos pela visita no centro histórico, que se concentra na Catedral Saint-Jean-Baptiste e nos traboules.
Após uma breve introdução sobre Lyon, entramos na Catedral e lá ficamos cerca de 40 minutos. A construção que durou mais de três séculos (1175 a 1481) mescla estilos gótico e romano.

Os vitrais do século 12 são muito bonitos, especialmente a rosácea central da façada. A estrutura da Catedral já passa a anos por um processo de restauração para minimizar danos de infiltração no prédio. Repare que uma parte interna da construção é bem mais clara que a outra, pois essa já foi reformada.
Uma outra particularidade da construção é que a Catedral abriga um relógio astronômico construído no século 16, que indica a data, posições da Lua, do Sol e da Terra.

A segunda hora da visita foi dedicada à exploração dos Traboules do centro e me surpreendi ao ver que eu já tinha passado de manhã na frente da entrada de muitos deles e nem tinha percebido.
Apesar de ter uma sinalização na porta de que o local é um traboule e, portanto, aberto para visitação, ao entrar em alguns deles parece que estamos fazendo algo de errado…kkk É como se estivéssemos entrando no prédio de alguém sem autorização e que a qualquer momento pudesse aparecer um morador reclamando.
Um traboule famoso e um dos mais bonitos é a Tour Rose.

A visita foi ótima, achamos que valeu muito a pena.
Para fechar com chave de ouro, a sugestão é fazer um passeio de barco de 1h que sai do 2, Quai des Célestins, 69002, Lyon 2. As saídas acontecem na parte da tarde: 07/11 a 20/03: 14h15; 21/03 a 29/04: 14h15 e 16h45; 30/04 a 01/09: Durante a semana – 15h15 e 17h45, aos sábados 15h15, 16h30 e 17h45, aos domingos 15h15 e 17h45; 02/09 a 06/11: 14h15 e 16h45. Os horários podem sofrer modificação, verifique aqui.

Como eu disse no início, a cidade é enorme e tem muita coisa interessante pra fazer. Um roteiro de 2 dias como esse é completo, porém bem corrido. Se puder contar com um terceiro dia será ótimo!
DICAS ÚTEIS:
Lyon City Card e Rhône Express (trem que conecta o aeroporto a cidade):
Vale dizer novamente que todas as atrações visitadas nesse roteiro estão inclusas no Lyon City Card, que ainda conta com uma infinidade de outras atrações e descontos em passeios. Você pode comprar por 1, 2 ou 3 dias e além das atrações ele dá direito ilimitado (no período escolhido) à utilização do transporte público na cidade.
O custo-benefício foi ótimo, pois fizemos passeios e visitamos muitos museus. Além disso, como fomos de avião pra lá e o aeroporto é longe do centro da cidade, compramos o combo Lyon City Card com Rhône Express, que é o trem que sai do aeroporto até o centro da cidade.
Só o trem Rhône Express Aller-Retour (Ida-Volta) para pessoas acima de 25 anos custa 27, 50€. Ao comprar ele no aeroporto com o Lyon City Card de dois dias (33€), pagamos no total 49€ por pessoa. Ao calcular tudo que teríamos gasto em transporte na viagem, passeios e atrações, economizamos um bom dinheiro.
Ah…se comprar pela internet tem desconto!
AEROPORTO E ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS – Chegando em Lyon:
Aeroporto Lyon-Saint-Exupéry – 25 km ao leste de Lyon. O aeroporto também conta com uma ferroviária e central de ônibus, que chegam de diversas cidades da França. Do aeroporto para o centro de Lyon, a forma mais prática é o Rhône Express. O trajeto demora cerca de 30 minutos.
O Rhône Express funciona diariamente das 4h25 até meia-noite. Sai a cada 15 minutos entre 6h e 21h e a cada 30 entre 4h25 e 6h e 21h a meia-noite.
Se quiser comprar somente o bilhete do trem, sem o Lyon City Card, procure uma das máquinas automáticas ou compre dentro do trem com um agente, que passa pelos vagões checando os bilhetes (aceita cartão). O bilhete aller-retour (ida-volta) sai mais em conta.
Uma opção mais cara é o táxi, que saem dos Terminais 1, 2 e da Gare TGV. Custa cerca de 50€ até o centro da cidade (pode custar bem mais dependendo do seu destino).
Gare de Part-Dieu – De TGV (trem de alta velocidade) de Paris para Lyon demora cerca de 2h. Os trens partem geralmente da Gare de Lyon em Paris e chegam na Gare de Part-Dieu. A Gare faz conexão com a linha B do metrô, o Tram T1, T3, T4 e o RhôneExpress.
Profitez bien de Lyon!
Bisous,
Melissa
Lyon é realmente linda ! Boas dicas locais 🙂
Oferecemos visitas e passeios pela região em português, será um prazer recebe-los por aqui, em uma próxima viagem.
http://www.gimtravel.com/lyon
Sinceramente,
Pryscila G.Musso
Muito Obrigada Pryscila😊 Bom saber, numa próxima visita entramos em contato! Abs, Melissa.