A cidade portuária de Marseille é a terceira maior da França (só perde para Paris e Lyon, respectivamente) e a mais antiga do país.

Inicialmente foi povoada pelos gregos (600 A.C.) e séculos mais tarde Júlio César a anexou à Roma (49 A.C.). Foi durante esse período sob administração romana que a cidade passou por diversas obras importantes e inovadores de infraestrutura, como a criação de rede de esgoto.
Após o colapso do Império Romano no século V, a cidade passou a ser disputada por diversos povos. Somente em 1482 Marseille foi incorporada ao Reino da França e daí em diante foi evoluindo e ganhando cada vez mais relevância.

Na época da Revolução Francesa, mais precisamente no ano de 1792, um ato importante entrou para a história! Uma tropa com cerca de 500 soldados partiu de Marseille rumo à Paris para ajudar e defender o governo revolucionário e durante esse trajeto cantavam uma música composta por um capitão do exército, que era um verdadeiro grito de guerra. Essa música, a “La Marseillaise”, se tornou o hino nacional do país!
Durante o século XX a cidade foi porta de entrada para muitos imigrantes, o que explica o multiculturalismo vibrante da cidade. Há forte influência italiana, corsa, armênia, norte-africana e é muito fácil se esquecer que está na França ao andar pela cidade…

Saindo do contexto histórico, preciso dizer que me surpreendi com Marseille…mas não muito positivamente. Apesar de ter lugares incríveis na cidade e do clima ser uma delícia, fiquei surpresa com a sujeira e bagunça em alguns bairros.
Mas vamos lá, o roteiro que fizemos acabou nos dando oportunidade de passar por lugares bem diferentes da cidade e ao final do dia a impressão ruim inicial foi sendo amenizada pelas lindas paisagens que fomos encontrando…
ROTEIRO
Clique aqui para conferir o mapa do nosso roteiro de 1 dia em Marseille.
Ficamos hospedados no bairro Castellane do arrondissement 6, bairro boêmio onde moram artistas descolados (Foi lá que ficamos mais impressionados com a sujeira e bagunça da cidade…)

Na Place Notre Dame du Mont há diversos bares e restaurantes, lugar que escolhemos para assistir a final da Euro Copa.

Um pouco mais a frente fica o Cours Julien, o maior bairro da França dedicado a arte de rua, cujos trabalhos são realizados por artistas locais. É um local frequentando por artistas de todos os gêneros, tem diversos restaurantes e costuma ser bastante agitado!

Depois chegamos na avenida La Canebière, a “Champs-Elysées” de Marselha. É uma avenida de compras que serviu no passado de palco para diversos filmes, pois lá ficavam hotéis luxuosos e cafés super charmosos.
Além das lojas e do Museu da Moda, atualmente a avenida não tem grandes atrativos…mas vale a pena caminhar um pouco por lá para apreciar as fachadas dos edifícios.
No caminho para o bairro mais antigo de Marseille, passamos pelo Museu de História de Marseille, que conta com mais de 4.000 peças expostas e diversos dispositivos de multimídia pra relatar a história da cidade desde os primórdios.
Logo chegamos ao bairro Le Panier, bairro mais antigo de Marseille e um dos lugares que achei mais simpático na cidade!

Suas ruas estreitas, cafés charmosos e arquitetura provençal contrastam com os grafites e comércios mais descolados.
O bairro ficou meio esquecido por muito tempo e de alguns anos pra cá estão sendo realizadas algumas modificações para atrair mais turistas.
Quando estiver lá não deixe de caminhar pela Rue du Petit Puis e arredores, há lojas dos famosos sabonetes de Marselha, lojas de souvenirs super diferentes e uma pequena praça com restaurantes.

Caminhando de lá até o Porto Velho é rapidinho. No caminho passamos em frente a Catedral de la Major, que é uma imponente construção em estilo romano-bizantino.

Logo chegamos ao MUCEM – Museu da Civilização Europeia e Mediterrânea de Marselha. Além de grandes exposições, lá acontecem debates, feiras, peças de teatro, projeção de filmes e performances artísticas.

É uma obra moderna que contrasta lindamente com o Forte Saint Jean, pelo qual é ligado por meio de uma passarela.

O museu funciona todos os dias, EXCETO às terças-feiras. Clique aqui para saber mais sobre o MUCEM.
Depois caminhamos um pouco pelo porto, que é o maior porto comercial da França.
Lá compramos um passeio de barco até uma ilha onde fica o Château d’If, local que serviu de inspiração para o romance de Alexandre Dumas, “O Conde de Monte Cristo”.
Foi o Rei François I que ordenou a construção da fortificação, com o objetivo de proteger a cidade de um ataque marítimo.

O Château d’If serviu mais tarde como prisão e teve essa finalidade por 400 anos.
Há também opções de passeios de barcos que saem do porto de Marseille até os Calanques de Cassis, mas preferimos ir de carro e passar o dia todo em Cassis. Valeu super a pena, pois a cidade e os calanques são lindos! Clique aqui pra ver como foi nosso passeio por Cassis.
A empresa que nos levou até a Île d’If e também vai para os calanques é a Croisières Marseille Calanques.
Na volta da ilha decidimos almoçar no entorno do porto, já que há várias opções de restaurantes por lá. Optamos por uma brasserie que se chama L’Entrecôte e gostamos bastante (fica no 37 Quai des Belges).
Lá também tem muitos bares que ficam lotados à noite!

Para queimar a gordura de todas as batatinhas, seguimos nossa caminhada até o Palácio do Congresso do Pharo.

Dos jardins no entorno do Palácio se tem um visual incrível do porto e de toda baía!

É um lugar super calmo, repleto de crianças brincando e pessoas descansando nos bancos e gramados.
Saindo de lá, seguimos para chegar no bairro dos pescadores. No caminho passamos em frente a Plage des Catalans, que é uma das praias mais conhecidas da cidade.
Lá tem uns bares interessantes, desses que você paga pra ter uma cadeira de sol e acesso a chuveiro, restaurante etc.

Ao chegar no vilarejo Vallon des Auffes, nos deparamos com a aldeia dos pescadores, cujas casinhas e restaurantes de peixe ficam entorno de um pequeno porto.
Caminhamos um pouco por ali antes de começar a saga de subir até a Basílica Notre Dame de la Garde.
Vale ressaltar que todo esse roteiro foi feito a pé (nesse ponto já estávamos bem cansados), e para chegar no topo da colina onde fica a Basílica foi bem puxado. Portanto, vale a pena considerar pegar um táxi pra chegar lá no topo.
A gente resolveu seguir a pé, mas o sacrifício foi recompensado pelo visual 360 graus da cidade!
A Basílica que foi erguida no monte mais alto da cidade, tem no topo uma estátua em ouro de Nossa Senhora segurando Cristo.
O povo de Marseille a vê como guardiã da cidade.

Ainda hoje há marcas de bala na fachada da Basílica, que evidenciam a luta que aconteceu por lá durante a Batalha de Libertação de Marseille durante a Segunda Guerra Mundial.

A Catedral e o terraço no entorno fecham cedo, portanto é importante garantir chegar lá em cima um pouco antes para aproveitar a visita. No inverno eles fecham os portões as 18h15 e no verão as 19h15.
Endereço: Rue Fort du Sanctuaire – 13281. Clique aqui para conferir como chegar na Basílica de carro, táxi, ônibus ou trem turístico.

Leia também:
+ A ensolarada Côte d’Azur: férias no sul da França
Boa viagem,
Melissa 🙂
Os meus parabéns .
Descrição feita correctamente e muito pormenorizada..
Muito obrigada Ana Bela, fico feliz que tenha gostado!
Ótimas informações! Adorei o mapa e seus comentários, irão me auxiliar muito em um dia que tenho em Marseille, em agosto/19. Espero ter o mesmo entusiasmo e conseguir refazer seu percurso. Obrigada!!!
Ola Iza, que ótimo, fico super feliz com seu comentário! Boa viagem pra você! Abs, Melissa
Único roteiro serio sobre Marselha no Google. Muito obrigado!
Que bom que gostou Kaio. Muito obrigada