“Um verdadeiro museu a céu aberto”, assim poderíamos basicamente definir Roma.
Como se não bastasse tamanha riqueza histórica e cultural, há ainda as mais belas fontes e pequenas praças, que vão sendo descobertas à medida em que andamos e nos perdemos por suas ruelas.
Aliás, acho que só tem uma coisa melhor do que se perder pelas ruas de Roma, a comida italiana!
Nosso roteiro para descobrir Roma foi intenso, mas ficou incrível! Conseguimos ver muita coisa e o melhor, dá pra fazer quase tudo a pé, a melhor maneira de conhecer uma cidade!
DIA 1
Esse primeiro dia do nosso roteiro em Roma foi uma delícia, porém se você tiver 3 dias em Roma e quiser fazer tudo com mais tranquilidade, dá pra quebrar a programação desse dia em dois, um para a parte da Roma Antiga e outro para as praças e fontes.
COLISEU
Começamos nosso passeio pelo maior e mais famoso símbolo do Império Romano!

A construção do Coliseu começou no ano 72 d.C., por ordem do imperador Flávio Vespasiano. As obras foram concluídas 8 anos depois, já sob regime de Tito, filho de Vespasiano, que batizou a construção de “Anfiteatro Flaviano” em homenagem ao seu pai.
Os historiadores dizem que o nome Coliseu (que significa Colossal) teria surgido séculos mais tarde, inspirado no Colosso de Nero, uma estátua de bronze de 35 metros de altura que ficava ao lado do anfiteatro.
No local aconteciam os famosos combates sangrentos entre gladiadores e animais ferozes, que levavam o público ao delírio.
Inicialmente as arquibancadas acomodavam 50.000 pessoas, mas após algumas obras durante o reinado de Alexandre Severo, o anfiteatro ganhou mais um andar e passou a acomodar 90.000 pessoas.
Os assentos eram divididos de acordo com a classe social e o Imperador de Roma tinha um camarote exclusivo bem próximo à arena e era sempre reverenciado pelos gladiadores antes dos combates com a seguinte saudação: “Salve , César! Aqueles que vão morrer te saúdam”.
Pouco mais de 300 anos depois, o imperador Flávio Honório determinou definitivamente a proibição dos combates com mortes humanas.
A partir daí, o local foi usado para fins diversos e aos poucos o mármore e o bronze de sua estrutura começaram a ser saqueados.
É incrível entrar no Coliseu e imaginar tudo que aconteceu lá! Nossa visita durou cerca de 2hs e a fizemos com bastante calma, reparando em cada pequeno detalhe, passando pelas varandas e lendo as informações pelo caminho.
Dicas: Compre o ingresso online para ganhar tempo. O ideal é o bilhete combinado Coliseu + Fórum Romano e Palatino – 12€ (+ 2€ da reserva online) .
O Coliseu abre diariamente as 8h30, procure chegar bem cedinho para fazer uma visita com menos aglomeração.
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FÓRUM ROMANO E PALATINO
Saindo do Coliseu, seguimos rumo às ruínas do Fórum Romano e Palatino.

No caminho para a entrada principal da atração – em frente ao Coliseu – passamos pelo Arco de Constantino, construído para comemorar a vitória de Constantino na Batalha da Ponte Mílvio (312 d.C).

A fila da entrada principal é enorme, inclusive para quem tem Roma Pass e o bilhete comprado online, então a dica é entrar pela entrada lateral (à esquerda da entrada principal), pois lá há sempre pouquíssima gente.

Ao entrar no Fórum Romano e Palatino, nos deparamos com diversas ruínas, que são resquícios de quando surgiu a cidade de Roma.
Roma é constituída de 7 colinas e a Palatino é onde os imperadores decidiram construir suas casas. Ao lado, no Fórum Romano, é onde acontecia o comércio da cidade e onde estava estabelecido o centro político. Com o passar do tempo e o crescimento populacional, o Fórum foi ficando pequeno e a cidade se expandiu.
Alguns destaques no Palatino são as ruínas de um antigo aqueduto, criado por Calígula (38 – 41 d.C), que distribuía água na cidade, o “Stadium”, que funcionava como jardim dos imperadores, onde aconteciam jogos e corridas de cavalo e as ruínas da casa de Augusto, antes de se tornar imperador.
Dica: Para entender melhor a origem da cidade e todas essas ruínas, visite um pequeno museu que fica no Palatino. Além de ter vários objetos expostos, há vídeos que ilustram o surgimento das construções.
No Fórum Romano, alguns destaques são o “Arco de Tito”, monumento criado para celebrar a vitória dos romanos sobre os judeus em 81 d.C. e a Basílica de Constantino e Maxêncio, que era o maior edíficio do Fórum.
CONHECER O “BURACO DA FECHADURA”
Saindo do Fórum Romano, seguimos sentido Via del Circo Massimo e subimos o Morro do Aventino.
É uma caminhada de cerca de 20 minutos no sentido contrário das outras atrações do nosso roteiro, mas o estímulo era descobrir um dos segredos de Roma, o “buraco da fechadura”.
No alto da colina, mais precisamente na Piazza dei Cavalieri di Malta tem uma porta enorme, que é a porta da Villa del Priorato di Cavalieri di Malta. É comum ter uma aglomeração de pessoas no local, e todos querem o mesmo, espiar o que tem atrás da fechadura.
Dela, vemos perfeitamente (é muita simetria! rs) a cúpula do Vaticano cercada pelo jardim da Villa atrás da porta. É lindo! Uma pena que é tão difícil captar essa imagem com a câmera fotográfica…rs…vou ficar devendo a foto!
Na descida, quando passamos pela Igreja Santa Sabina, fizemos uma pequena pausa no Parco Sevello (fica à 3 minutos da “fechadura”), de onde dá pra ver Roma do alto. A vista não é incrível, mas é uma boa desculpa pra descansar um pouquinho e seguir com o roteiro.

TESTAR A HONESTIDADE NA “BOCA DA VERDADE”
Desçemos a colina e fomos até a Igreja Santa Maria in Cosmedin, onde tem uma enorme máscara, a Bocca della Verità (Boca da Verdade), que ficou famosa na Idade Média, pois era utilizada para testar a honestidade das pessoas.

Nessa época, o teste funcionava assim: diante de alguns juízes, as pessoas acusadas por crimes deviam colocar a mão dentro da máscara. Os que mentiam, não conseguiam tirar a mão intacta dela, diferentemente dos honestos.
Lendas à parte, dizem que na verdade havia um soldado atrás da parede onde ficava a máscara, que usando uma espada afiada, agia de acordo com a vontade dos juízes.
ALTARE DELLA PATRIA
Saindo de lá, fomos em direção à Piazza Venezia, onde fica o Altare della Patria, monumento construído em homenagem a Vítor Emanuel II, primeiro rei da Itália unificada.
O prédio, todo feito em puro mármore branco de Botticino, foi inaugurado em 1935 e gerou muita polêmica, pois foi construído numa área que guardava diversos vestígios medievais. Além disso, os romanos o achavam muito grande e demasiadamente branco, já que contrastava com os outros prédios marrons no seu entorno.
Do alto da escadaria do prédio se tem uma vista bonita da cidade, vale a pena conferir!
SABOREAR A COMIDA ITALIANA
Saindo de lá, seguimos rumo à Fontana di Trevi, mas já prestando atenção no caminho para achar algum restaurante charmosinho. Impossível comer mal em Roma! Nem vou ficar aqui me estendendo sobre a comida italiana, porque dispensa apresentações né?! rs
FONTANA DI TREVI
Eu estava suuuuper ansiosa pra conhecer a Fontana di Trevi! Depois que almoçamos, foi o tempo de andar mais um pouquinho e já começamos a ouvir o barulho da água.
É ma-ra-vi-lho-sa!!!

A praça fica lotada, mas descendo os degraus pra se aproximar da fonte, é mais tranquilo para tirar fotos.
Diz a lenda, que se você jogar uma moeda na fonte (de costas!), vai voltar pra Roma um dia.
TEMPLO DE ADRIANO
Depois de contemplar a incrível Fontana di Trevi, seguimos a pé até o Templo de Adriano, que fica na Piazza di Pietra. O templo foi construído em 145 a.C. pelo Imperador Adriano e é um dos monumentos mais bem preservados do período romano.
A construção sofreu muitos danos na época da Idade Média, período em que era comum saquear o mármore de edíficios antigos para fazer cal. Há alguns anos atrás a construção passou por uma grande restauração e hoje são exibidas suas onze colunas de mármore.

Panteão
Bem pertinho do Templo de Adriano, está o Panteão de Roma, um monumento imponente, construído no século I a.C pelo consul Marco Agripa, genro e braço direito do Imperador Augusto.

O templo foi construído para homenagear todos os deuses romanos e diferentemente dos demais edifícios, já era naquela época aberto ao público.

O prédio foi destruído ao longo do tempo por terremotos e incêndios, portanto, a aparência atual do prédio é obra do Imperador Adriano (século II d.C.).
Nele estão enterradas figuras italianas ilustres e há várias esculturas de deuses. A entrada ao prédio é gratuita e vista de dentro a construção é ainda mais surprendente.
O que mais chama a atenção é o óculo, uma abertura central no alto do prédio, necessária para estabilizar a construção. Como entra água da chuva, há 22 buracos no chão do prédio para escoar a água.
PIAZZA NAVONA
Próximo ao Panteão, seguimos para a Piazza Navona, uma das praças mais famosas de Roma.

Construída sobre um antigo estádio onde aconteciam competições atléticas, hoje é uma das praças mais agitadas da cidade.

Na praça tem três fontes, a “Fontana del Moro”, a “Fontana del Nettuno” e a “Fontana dei quattro Fiumi”.
Essa última é maravilhosa, onde no centro tem um obelisco e em volta quatro estátuas que representam os rios dos quatro continentes conhecidos na época: o Nilo (África), o Ganges (Ásia), o Danúbio (Europa) e o Rio de la Plata (América).
PIAZZA DE SPAGNA
Para terminar o dia, caminhamos até a Piazza de Spagna, que tem uma escadaria monumental de 135 degraus, construída para ligar a Embaixada da Espanha (daí o nome da praça) à Igreja de Trinità dei Monti.

No centro da praça encontra-se a “Fontana della Barcaccia”, que representa um barco afundando.
DIA 2
MUSEUS DO VATICANO E CAPELA SISTINA
O Vaticano, sede da Igreja Católica e residência do Papa, se tornou independente em 1929 e é o menor país do mundo.

Pra chegar lá, fomos de ônibus, mas dependendo da sua localização dá pra ir também de metrô. Começamos nosso passeio pelos Museus do Vaticano às 9hs. A dica é: compre o ingresso dos museus online para evitar filas (podem ser enormes, especialmente no verão!)
Muita gente compra os ingressos para os Museus do Vaticano, somente para acessar a Capela Sistina, o que é uma pena, pois o acervo dos museus é incrível. Quando falamos de museus, no plural, é porque são diversos pequenos museus instalados em antigos aposentos papais.
Neles, encontramos lindas esculturas, sarcófagos impressionantes, pisos incríveis de mosaico, relíquias romanas, gregas, egípcias, bustos de Imperadores Romanos, tapeçarias, pinturas e muito, muito mais!
No caminho, nos deparamos com um pátio interno, o “Pátio da Pinha”, onde o que mais chama a atenção não é a pinha gigante do local, mas a obra em bronze Sfera con Sfera (Esfera com Esfera), do artista italiano Arnaldo Pomodoro.
O artista criou a obra nos anos 80 e a doou mais tarde ao Vaticano. Hoje há várias versões da mesma escultura, com proporções diferentes, espalhadas em vários lugares do mundo.

Uma das coisas que mais gostei no museu foi a Galeria dos Mapas. Não somente pelos 40 mapas imensos pintados nas paredes pelo cartógrafo Ignazio Danti (século XVI), mas principalmente pelo teto pintado de uma tal maneira, que parece ter sido esculpido. A iluminação do teto contribui ainda mais para a beleza da pintura.

Durante a visita, enquanto percorríamos as salas dos museus, nos deparamos o tempo todo com placas sinalizando o caminho para a Capela Sistina, mas preciso já adiantar, demora muitooo pra chegar lá.
Mas todo esse suspense vale muito a pena, o lugar é indescritível. É preciso achar um cantinho pra sentar e contemplar com calma todas as pinturas do teto, das paredes, todos os detalhes…
As obras da Capela Sistina foram concluídas em 1481, mas em 1504, devido alguns problemas no terreno, surgiu uma rachadura enorme no teto. Foi aí que o Papa Júlio II teve a ideia de chamar Michelangelo para refazer o afresco do teto.
Diz a lenda que o artista demorou 4 anos para concluir o trabalho e que ele fez tudo sozinho, sem ajuda de assistentes.
Após 22 anos, foi a vez do Papa Paulo III contratar Michelangelo para redecorar a parte de trás do altar. O afresco criado é o famoso Juízo Final , pintura que faz alusão à Justiça Divina, que representam almas sendo retiradas de seus túmulos e sendo levadas diante de Deus para que o destino delas fosse decidido: céu ou inferno.
Não tenho fotos pra colocar aqui, pois é proibido tirar fotos da Capela Sistina 🙁
A visita aos Museus do Vaticano termina na escadaria em espiral de Giuseppe Momo. Foi criada em 1932 e consiste em duas rampas que se enroscam, fazendo com que as pessoas que sobem e as que descem não se cruzem. É pra fechar a visita com chave de ouro!!!

SUBIR NO DOMO DA BASÍLICA DE SÃO PEDRO
A essa altura, já estávamos com fome e decidimos almoçar antes de entrar na Basílica de São Pedro. No entorno da entrada dos museus, tem várias opções de restaurantes.
Seguindo com o tour, entramos na Praça de São Pedro e decidimos subir ao domo da Basílica antes de visitá-la. No total são 551 degraus…uiii, mas tem um trecho que pode ser feito de elevador e te poupa 231 degraus (Para subir tudo a pé custa €6 e com elevador é €8). Fomos na segunda opção!
Saindo do elevador, chegamos num ponto do prédio onde há lindos mosaicos de anjos nas paredes e de onde podemos observar as pessoas pequenininhas caminhando pela Basílica.
Dali em diante, é ter fôlego para subir os 320 degraus que restam. Tamanho esforço é recompensado com uma vista de tirar o fôlego. Vemos toda Roma e mais detalhadamente a Piazza São Pedro e seu entorno. Imperdível!

BASÍLICA DE SÃO PEDRO
De volta ao chão, entramos finalmente na Basílica de São Pedro, que surpreende pelas grandes dimensões.
Nela cabem 20.000 pessoas, e além dos diversos altares e capelas, há obras de arte importantes, como a Pietà de Michelangelo, a estátua de bronze de São Pedro, o monumento a Pio VII e muito mais.

Ao sair da Basílica, passeamos pela famosa PRAÇA DE SÃO PEDRO, que foi desenhada por Bernini em estilo clássico com adições do Barroco e onde acontecem as missas dominicais do Papa.

Se quiser descobrir COMO VER O PAPA NO VATICANO, confira no link, é emocionante!
Ao sair do Vaticano, optamos voltar pra Roma a pé, caminhando pelas margens do rio Tevere.
Terminamos o dia caminhando meio sem rumo pelas ruelas de Roma e passando de novo em frente a alguns monumentos que gostamos muito. A cidade fica linda a noite!
Ciao!
Melissa
irado!! Me onde é legal se hospedar? Tem dica de hotel?
bjos
Oi Gabriel, que bom que gostou, fico feliz! O ideal seria se hospedar na região central de Roma, próximo à Piazza di Spagna, Fontana di Trevi etc…, pois a maioria dos principais pontos turísticos estão concentrados por ali. Porém, por lá as diárias de hotéis costumam ser mais caras. Quando fomos, ficamos no Hotel Romance na Via Marco Aurélio, do lado do Coliseu, pois o preço estava mais atrativo e a localização muito boa (tem metro próximo ao hotel). De lá pro centro da cidade, é uma caminhada de 20 minutos, mas super agradável!!! Fechamos esse hotel pelo Airbnb, pois estava mais barato do que fechar direto com o hotel. Me avisa se precisar de alguma informação mais detalhada, que eu te mando. Bjs!
Oi Mel, o que vc sugere de opção para ir do aeroporto para a cidade? O metro é uma boa opção? Obrigada. Bjs
Oi Gabi! Você vai chegar em Roma pelo Aeroporto Leonardo da Vinci (mais conhecido como Fiumicino)? Caso sim, dentro do aeroporto tem uma estação ferroviária, onde você consegue comprar bilhete de trem pra Roma. São cerca de 30km de distância, e existem duas opções de trem: o expresso, que sai a cada 30 minutos (das 6hs e pouco da manhã até 23:30hs) e vai pra estação ferroviária central de Roma (Termini) sem fazer nenhuma parada e o trem metropolitano, que sai a cada 15 minutos (6hs até 23:18hs), faz várias paradas e não passa pelo Termini. Essa última opção funciona melhor se você for se hospedar na região Trastevere.
O trem expresso custa 14€ e o metropolitano 8€, e você pode comprar os bilhetes nas máquinas de auto atendimento ou nos guichês da empresa Trenitalia.
Quando fomos a Roma, compramos o bilhete para o trem expresso, pois já era tarde e queríamos chegar mais rápido no hotel. Foi super tranquilo! Da estação Termini pegamos um táxi até nosso hotel porque o metrô já estava fechado, senão teria sido super fácil concluir o trajeto de metrô. Espero que as informações te ajudem! Bjs, Mel.
Super obrigada!!
Um dos tesouros mais valorizados é o grande Coliseu. Todos deveriam visitar isso se alguma vez viajar para a Itália.
Obrigado por compartilhar
Olá Agu, obrigada pelo comentário! Concordo com você, o Coliseu é parada obrigatória 😉 Abraços, Melissa